JOGO



Sei muito bem de mim. Não costumo me prender às minhas próprias razões, extrapolo e fico presa a você. Aí já começo a esperar o alô às nove da manhã ou às duas da tarde ou às dez da noite. Tanto faz. 

Tenho a mania besta de apostar mais cartas do que tenho nas mãos e acabo perdendo. Mas me convenço de que deve ser assim mesmo que as coisas funcionam. Azar no jogo, sorte no amor. Azar no amor e sorte no jogo. Azar nos dois. Sei lá.

Pode rir. Você chega de mansinho arrebatando meu coração aos poucos, tomando uma parte de mim - que não é pouca - e eu me entrego.

Pode rir. Desenho seu nome no ar, no vento, no travesseiro, no coração, na folha branca... pode rir. 

Não entendo esse seu jeito meio louco de me ver e de ver as coisas ao nosso redor. Mas eu me conheço. É isso que me fascina. Sua teoria cheia de baboseira, seu jeito desajeitado de se comportar e sua barba que rosna o meu pescoço. Aiai. Sua segurança quando vai falar de matemática, ciência, economia e política. Seus gostos, vontades, partes... de tudo eu sei.

Já doei um bocado de mim tentando ficar com você. 

Meu amor é um jogo de xadrez, não sei nem sair do lugar.

Pode rir.

Wanderly Frota

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