O primeiro amor



 Repetidas vezes o olhei e tive certeza que a partir de então eu não precisaria de muito para sobreviver. Eu havia encontrado uma luz para cada passo que eu viesse a dar. E estava completamente certa que, por mais que a vida diga o contrário, a gente pode ser feliz sem precisar de muita coisa. Quando amamos, não importam as circunstâncias, a gente quer ver o outro bem e feliz acima de qualquer coisa. Eu andei tentando descobrir um jeito mais fácil de amar. É verdade. Hoje as pessoas complicam muito, vivem cheias de rodeios, de aparências, de interesses, e isso me desgasta. Sou adepta ao tempo dos pés embrulhados e do chocolate quente na cama. Do jantar a luz de velas e do piquenique no parque. Outro dia me contaram sobre a década de vinte e de como a vida acontecia por lá. Do camarada forrozeiro e da moça sonhadora que observava enquanto esperava ser convidada para se juntar a ele. Me falaram sobre o namoro comportado e da verdade exposta num segurar de mãos. Da maestria vinda de um sorriso pro outro e da estampa no olhar dos enamorados. A verdade é que hoje o mundo está ácido demais e o meu paladar não consegue se acostumar com isso. Não mesmo. A mídia só prega sobre o dinheiro e sobre elevação social. Ah, se a gente pudesse voltar no tempo as vezes... Do primeiro amor a gente nunca esquece. 


— Wanderly Frota





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