Armadilhas

É arriscado confiar o nosso coração à alguém. Mas é inevitável que façamos isso. Na verdade, acho que é arriscado ouvir a voz do nosso coração porque, nem sempre, ele sabe o que quer. E ficamos movidos por alguma coisa que nos manda ir mas bem no fundo sabe que voltaremos. Muitas vezes voltamos com cicatrizes que parecem sem remédio. Nos decepcionamos e juramos NUNCA MAIS rever a fita ou passar pelas mesmas coisas. Eu tenho um coração bagunçado que nem consigo entender direito. Hoje eu quero, amanhã não. Ou eu quero até conseguir, depois já não quero mais. E me pergunto se sou a única. Não sei. É que ainda não consegui segurar as mãos de alguém que me trouxesse a segurança necessária pra eu não querer soltá-las. E ainda não fiquei sem dormir pensando no sorriso dele. Pelo contrário, já passei noites em claro tentando me entender, mas foi em vão. O problema é que as vezes sou impulsiva. Ou melhor, sou sempre impulsiva. Quero tapar amores com outros e ver se tem cura. Mas não funciona. Quando alguém vai embora e deixa um buraco na vida da gente, não adianta jogar terra por cima pra ver se resolve. Precisamos viver as ausências que o mundo nos coloca sem incluir outras pessoas nisso. Porque no fim, as outras também arrumam as malas e se despedem e nós ficamos com mais uma falha por dentro. Eu sei mas não consigo evitar. Eu quero que o amor aconteça para mim e para você da melhor forma possível. Sem pra isso ter que inventar mil e uma ilusões que não trazem nada e levam muito de nós. Eu quero que as coisas mudem, que a felicidade nos alcance um dia e que sejamos perdoados por toda loucura que cometemos quando corremos em busca dos nossos sonhos mais incabíveis. Que não haja mágoas, principalmente entre nós e o nosso eu. A nossa mente, a nossa verdade é o caminho mais bonito que podemos seguir. E não os passos dos outros.



Wanderly Frota

2 comentários:

<< >>